sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Benefícios do Exercício sobre a Pressão Arterial


Segundo Sampaio (2005, p. 117) “a pressão que o sangue exerce contra a parede das artérias é denominada pressão arterial”, onde em uma pessoa jovem e com boa saúde deve oscilar entre 120 a 130 mmHg (milímetros de mercúrio) durante a sístole ventricular (pressão máxima) e 70 a 80 mmHg durante a pressão diastólica (mínima).





Entretanto segundo a classificação referenciada na VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial (2010), a pressão arterial deve oscilar segundo o quadro abaixo:

Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no
consultório ( > 18 anos).


Classificação
Pressão sistólica
Pressão diastólica
(mmHg)
(mmHg)
Ótima
< 120
< 80
Normal
< 130
< 85
Limítrofe
130 - 139
85 - 89
Hipertensão estágio 1
140 - 159
90 - 99
Hipertensão estágio 2
160 - 179
100 - 109
Hiperetenão estágio 3
≥ 180
≥ 110
Hipertensão sistólica isolada
≥ 140
< 90
Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias
diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da pressão
arterial


               
               *Disponível em: http://www.anad.org


No que se diz respeito ao controle da pressão arterial para Ferrreira, Filho, Meneghini e Rieira (2005) o exercício físico além de auxiliar na manutenção aos níveis ótimos constantes (120 a 80 mmHg), é de caráter obrigatório para portadores de hipertensão arterial especialmente para a pré-hipertensão (139 a 89 mmHg).

Para Kruchelski et al. (2005) a aferição da Pressão Arterial por meio de uma avaliação física, além de visualizar o estado geral do indivíduo quando associado aos demais dados coletados, permite visualizar um estado para pré-disposição à hipertensão arterial e doenças crônico degenerativas. 




Entretanto as respostas da pressão arterial tanto durante a realização dos exercícios quanto ao término dos mesmos estão relacionadas às suas características bem como o tipo, intensidade e duração dos mesmos (BRUM et. al., 2004). Nos exercícios dinâmicos (contração muscular com movimento articular), a pressão sistólica aumenta proporcionalmente a intensidade do mesmo, com manutenção ou redução da diastólica, sendo de maior ou menor significância de acordo com massa muscular envolvida, ou seja, quanto maior a massa muscular menor a alteração da pressão arterial. 

Nos exercícios de característica estática (contração muscular sem movimento articular), quando trabalhados em alta intensidade, apresentam brusca elevação da pressão arterial diretamente proporcional à execução do mesmo.

Estudos relatam que ao término dos exercícios, têm-se consideráveis modificações como o fenômeno da hipotensão, ou seja, redução da pressão arterial após o exercício. No entanto esta redução esta diretamente relacionada quanto à duração e intensidade do mesmo, efeitos estes sendo mais expressivos quando o exercício e realizado em torno de 30 % a 80% do VO2 máx modificação esta que pode ter seu efeito prorrogado por até 24h pós-exercício (LATERZA, RONDOM E NEGRÃO 2006).

Contudo, quanto à característica do exercício têm-se respostas diferentes no fenômeno à hipotensão. Os exercícios de forma aeróbia quando executados em baixa ou alta intensidade apresentarem respostas semelhantes, já os exercícios resistidos, tanto de baixa quanto de alta intensidade tem-se a redução da pressão arterial sistólica, porém, apenas o de baixa intensidade reduz a pressão arterial diastolica (BRUM et al., 2004).

De acordo com Forjaz et al. (2000, citado por BRUM et al., 2004) os exercícios aeróbios têm sido bem evidenciados com um maior efeito hipotensivo, porém nos exercícios resistidos de baixa intensidade têm-se considerável redução dos níveis de pressão diastólica.

Sendo assim ao prescrevermos uma atividade física com o objetivo de melhora ou manutenção da pressão arterial, além de termos o conhecimento da situação fisiológica do individuo, o controle das variáveis do treinamento (tipo, intensidade e duração), tornam-se de suma importância para que ocorram as adaptações desejadas.



Fabio A. Geronasso
Cref: 013630-G/Pr


REFERÊNCIAS

BRUM, P. C., FORJAZ, C. L. DE M., TINUCCI, T. e NEGRÃO, C. E. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo - Vol 18, p 21-31, Ago. 2004.

CARVALHO, T de, NOBREGA, A.C.L. da, LAZZOLI, J. K., MAGNI, J.R.T., REZENDE, L., DRUMMOND, F.A., OLIVEIRA, M.A.B de, De ROSE, H. E., ARAÚJO, C. G. S. de, e TEIXEIRA, J. A. C. Posição oficial da sociedade brasileira de medicina do esporte: atividade física e saúde. Revista Brasileira de Medicina e Esporte - Vol 02, Nº 04 - Out/Dez. 1996.

KRUCHELSKI e RAUCHBACH (Orgs). Curitibativa: gestão nas cidades voltada à promoção da atividade física, esporte, saúde e lazer.1a. ed., Curitiba, Ed Supergraf, 2005.

LATERZA, M.C., RONDOM, M. U. P. B., NEGRÃO, C. E. Efeitos do exercício físico na hipertensão arterial. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul • Ano XV Nº. 09 Set/Out/Nov/Dez 2006.

VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão. Disponível em:

FERREIRA, C., FILHO, C. F., MENEGHINI, A. RIERA, A. R. P. Benefícios do exercício físico na hipertensão arterial. 4th Congresso Virtual de Cardiologia – 4th Virtual Congresso of Cardiolgy. Setembro 2005. Disponível em . Data de acesso 21 de Maio de 2008.

SAMPAIO, E. Biologia Aplicada à Educação Física. 2ª ed., Ponta Grossa, Ed. UEPG, 2005.