quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dores musculares e o Ponto Gatilho – descubra a origem de suas dores.



Quem nunca sentiu dores na região do pescoço, ombros e costas em algum momento de maior tensão ou preocupação?

Muitas vezes os músculos ficam duros e doloridos podendo até ser notados caroços no interior da musculatura. Geralmente após a passagem do período de maior stress, estes músculos relaxam, porém, algumas vezes estes caroços permanecem nos músculos por um tempo maior, levando a uma dor crônica localizada, com diminuição do movimento daquele músculo. Denomina-se este tipo de problema de dor miofascial, e estes nódulos nos músculos são chamados de pontos-gatilho.

Entenda melhor

Tudo começa com alguma agressão ao músculo, como um trauma, torção ou outro movimento brusco. O músculo reage com um ponto de contração intensa e localizada – o “ponto-gatilho”. Esta região começa a ficar muito dolorida e dependendo de cada músculo envolvido, existe uma irradiação da dor para outros locais do mesmo músculo; isso pode simular outros problemas de saúde, muitas vezes os mais comuns.
Por exemplo, um ponto-gatilho situado no músculo trapézio, que está na parte de trás do pescoço, produz uma dor irradiada para a cabeça, olhos e testa – o que pode ser confundido com uma enxaqueca. Outro ponto, agora no músculo piriforme, que é parte da nádega, irradia sua dor para a coxa e perna podendo simular uma ciática, e assim por diante.

O diagnóstico da dor miofascial é clínico, com a palpação dos pontos gatilho dos músculos envolvidos. Não se deve confundir estes pontos-gatilho com os pontos dolorosos da fibromialgia, que não apresentam dor irradiada e não formam nódulos.

O tratamento da dor miofascial consiste em alongamentos, atividade aeróbica e massagens locais. Relaxantes musculares podem ser usados.
O tratamento deve ser instituído rapidamente, pois a cronicidade dos pontos-gatilho é uma das principais causas que levam a um processo de sensibilizar o sistema nervoso central e dores mais difusas, como a Fibromialgia. Muito freqüentemente, as crises de dor aguda ou mesmo as dores crônicas estão ligadas a contraturas (espasmos) de um ou mais músculos. O conceito de pontos-gatilho e de como tratá-los, pode ser então uma ferramenta útil que possibilitará ao profissional, no caso, o massagista eliminar com sucesso estas contraturas e as dores a elas relacionadas.

A descoberta do Ponto Gatilho (trigger point)

Por volta do final da década de 20, um alemão chamado Max Lange descobriu que nos músculos podiam aparecer pontos sensíveis e que o tecido nesses pontos se apresentava mais rígido que os circundantes. Esses pontos foram batizados em 1948 pela doutora Janet Travell, médica da Casa Branca na gestão Kennedy. Ela os chamou de pontos-gatilho miofasciais e desenvolveu um método de tratamento usando injeções de solução salina nestes pontos. Mais tarde descobriu-se que era possível desativar os pontos-gatilho usando apenas a pressão direta sobre eles. Então, por definição, um ponto-gatilho é um local no músculo altamente irritável que se apresenta rígido à palpação e que produz dor, limitação na amplitude de alongamento, fraqueza sem atrofia e sem déficit neurológico.

Os pontos-gatilho são instalados num músculo toda vez que este for sobrecarregado e exigido além da sua capacidade de tolerância no momento. Uma vez instalado ele pode ficar em estado de latência por muito tempo, às vezes anos, até ser ativado. Para ativá-lo basta apenas que se some a ele uma situação de stress físico e/ou emocional e uma nova sobrecarga do músculo. Quando ativado ele produz um espasmo doloroso em algumas fibras do músculo. A situação se complica quando o sistema nervoso, recebendo o sinal de dor, intervém exigindo que o músculo se contraia, numa tentativa de defendê-lo. Esta nova contração sobre o espasmo doloroso produz mais dor. Fecha-se então um ciclo vicioso em que quanto mais dor for produzida pela contração, mais contração o sistema nervoso pede ao músculo. E o que começou com algumas fibras, logo envolve o músculo inteiro e até mesmo outros próximos, abrangendo toda uma região. Como exemplo disso temos então um torcicolo ou uma lombalgia.

Como tratá-los?

Antes de mais nada é preciso localizar os pontos através da palpação. Então pressioná-los por mais ou menos dez segundos. Isto vai desativá-los. Pode ser bem doloroso, devendo por isso ser feito com calma e sensibilidade. Depois, deve-se alongar os músculos onde eles estavam instalados para devolver a eles sua extensão normal de alongamento.

Eventualmente, um massagista faz isso intuitivamente. É um procedimento até bem simples, mas somado a um bom conhecimento de miologia e cinesiologia pode tornar possível ao massagista atender uma grande variedade de condições dolorosas, desde que de origem muscular.

Fonte: corpoemfoco.com.br

domingo, 7 de novembro de 2010

Exercício e forma física

O exercício é uma atividade física programada, realizada de forma repetitiva para desenvolver ou manter a forma; a aptidão física é a capacidade para o realizar.

Para estar e manter-se em forma, as pessoas precisam de se exercitar regularmente. Os exercícios fortalecem o coração, capacitando-o para bombear mais sangue em cada batimento, aumentando assim a quantidade máxima de oxigénio que o corpo pode obter e utilizar. Esta quantidade, chamada captação máxima de oxigénio, pode ser medida para determinar o estado físico de uma pessoa. O exercício beneficia o corpo de muitas outras maneiras: o estiramento pode aumentar a flexibilidade, os exercícios com pesos fortalecem os ossos e ajudam a prevenir a osteoporose, e o exercício também ajuda a prevenir a prisão de ventre. Também é útil para evitar e controlar algumas formas de diabetes, baixar a pressão arterial e reduzir a ansiedade, a gordura corporal e os valores do colesterol total e das lipoproteínas de baixa densidade (LDL).

O exercício físico beneficia pessoas de todas as idades. Estudos recentes demonstram que o exercício pode reforçar os músculos enfraquecidos das pessoas idosas que vivem nos asilos. Os homens de idade avançada que continuam a treinar e a competir em provas de corridas de longa distância podem manter a sua captação máxima de oxigénio. A inactividade, mais do que o envelhecimento em si, é a principal causa da deterioração da capacidade física nos idosos.

Os benefícios do exercício perdem-se mal uma pessoa interrompa o exercício. O vigor do coração e dos músculos diminui, juntamente com o valor das lipoproteínas de alta densidade (HDL) que constituem o bom colesterol, e a pressão arterial e a gordura corporal aumentam. Mesmo os atletas que interrompem o exercício não mantêm resultados positivos mensuráveis a longo prazo. Por outro lado, e comparando-os com os que nunca fizeram exercício, não têm maior capacidade para realizar actividades físicas nem menores riscos de ataques de coração, nem uma maior resposta ao exercício.

Fonte:manualmerck.net

domingo, 25 de julho de 2010

Benefícios do Exercício Físico sobre o Percentual de Gordura

Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) ocorrida entre julho de 2002 e julho de 2003, analisando o orçamento familiar da população brasileira, são 38,8 milhões de pessoas com 20 anos ou mais de idade que estão acima do peso, o que significa 40,6% da população total do país.

Este aumento relaciona-se muitas vezes ao alto índice de insegurança associado a tecnologia da vida moderna e maus hábitos alimentares, evidenciando ainda mais a atividade física como forma preventiva de complicações relacionadas ao aumento de gordura no organismo.

A obesidade é resultado de um desequilíbrio crônico entre a ingestão calórica e o gasto de energia. “Portanto, um grande consumo de energia e a inatividade física são os primeiros fatores que contribuem para o aumento do peso” (HAUSER et al, 2004).

Ainda para os mesmos autores, os melhores resultados nos programas de perda de peso parecem estar associados aos exercícios de resistência muscular combinados com o exercício aeróbio, por auxiliar no aumento da taxa metabólica de repouso, manter e/ou aumentar a massa muscular e aperfeiçoar os índices de mobilização e utilização de gordura durante o emagrecimento.

A este respeito Ciolac e Guimarães (2004) relatam que o gasto energético diário é resultado de três componentes: taxa metabólica de repouso (quantidade de calorias gastas com as funções fisiológicas básicas), efeito térmico da atividade (quantidade de calorias durante a atividade física) e efeito térmico da comida (quantidade de calorias gastas no processo digestivo).

O maior gasto ocorre por conta da taxa metabólica de repouso que é responsável por 60 a 80% do gasto energético total. Estes valores inclusos a atividades que envolvam grandes grupos musculares, podem ser aumentados em até 10 vezes.

A atividade física associada a uma dieta hipocalórica pode acarretar na perda da massa gorda com a manutenção da massa muscular e uma melhora expressiva na sensibilidade a insulina, hormônio este produzido no pâncreas responsável principalmente pela redução da taxa de glicose (açúcar) no sangue. Tornando assim a atividade física como uma estratégia de escolha para o tratamento não-farmacológico de indivíduos obesos (BRUM et al., 2004).

Para que se obtenha uma redução significativa do percentual de gordura a atividade física deve ser realizada com uma intensidade moderada e contínua. De acordo com Sharkey (1998, p. 76) “o músculo treinado é mais adaptado a usar a gordura como fonte de energia, portanto, conservando suprimentos limitados de carboidrato (glicogênio) no músculo e no fígado”.

No entanto, também é viável pensar que a perda de gordura está relacionada com a quantidade de calorias gasta durante a atividade, prevendo-se que um trabalho de força, quando combinado com exercícios aeróbios tendem a ocasionar um maior benefício à musculatura esquelética utilizada, maximizando assim a redução da gordura corporal.

Fabio A. Geronasso.
Cref: 013630-G/Pr.


REFERÊNCIAS

BRUM, P. C., FORJAZ, C. L. DE M., TINUCCI, T. e NEGRÃO, C. E. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo - Vol 18, p 21-31, Ago. 2004.

CIOLAC, E. G. e GUIMARÃES, G. V. Exercício físico e síndrome metabólica. Revista Brasileira de Medicina e Esporte - Vol. 10, Nº 04 - Jul/Ago. 2004.

GHORAYEB, N. e BARROS T. O exercício: Preparação Fisiológica, Avaliação Médica, Aspectos Especiais e Preventivos. 1ª ed., São Paulo, Ed. Atheneu, 1999.

HAUSER,C; BENETTI,M; REBELO,F,P,V. Estratégias para o emagrecimento. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano – Vol. 6, Nº 1, P. 72 -81 – 2004.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Obesidade atinge mais de 40% da população brasileira. Disponível em . 24/12/04 . Data de acesso 23 de Outubro de 2007.

POWERS, S. K. e HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e desempenho. 1a. ed, Barueri, Ed Manole, 2000.

ROBERGS, R. A. e ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício: para aptidão, desempenho e saúde. 1ª ed., São Paulo, Ed Phorte, 2002.