domingo, 25 de julho de 2010

Benefícios do Exercício Físico sobre o Percentual de Gordura

Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) ocorrida entre julho de 2002 e julho de 2003, analisando o orçamento familiar da população brasileira, são 38,8 milhões de pessoas com 20 anos ou mais de idade que estão acima do peso, o que significa 40,6% da população total do país.

Este aumento relaciona-se muitas vezes ao alto índice de insegurança associado a tecnologia da vida moderna e maus hábitos alimentares, evidenciando ainda mais a atividade física como forma preventiva de complicações relacionadas ao aumento de gordura no organismo.

A obesidade é resultado de um desequilíbrio crônico entre a ingestão calórica e o gasto de energia. “Portanto, um grande consumo de energia e a inatividade física são os primeiros fatores que contribuem para o aumento do peso” (HAUSER et al, 2004).

Ainda para os mesmos autores, os melhores resultados nos programas de perda de peso parecem estar associados aos exercícios de resistência muscular combinados com o exercício aeróbio, por auxiliar no aumento da taxa metabólica de repouso, manter e/ou aumentar a massa muscular e aperfeiçoar os índices de mobilização e utilização de gordura durante o emagrecimento.

A este respeito Ciolac e Guimarães (2004) relatam que o gasto energético diário é resultado de três componentes: taxa metabólica de repouso (quantidade de calorias gastas com as funções fisiológicas básicas), efeito térmico da atividade (quantidade de calorias durante a atividade física) e efeito térmico da comida (quantidade de calorias gastas no processo digestivo).

O maior gasto ocorre por conta da taxa metabólica de repouso que é responsável por 60 a 80% do gasto energético total. Estes valores inclusos a atividades que envolvam grandes grupos musculares, podem ser aumentados em até 10 vezes.

A atividade física associada a uma dieta hipocalórica pode acarretar na perda da massa gorda com a manutenção da massa muscular e uma melhora expressiva na sensibilidade a insulina, hormônio este produzido no pâncreas responsável principalmente pela redução da taxa de glicose (açúcar) no sangue. Tornando assim a atividade física como uma estratégia de escolha para o tratamento não-farmacológico de indivíduos obesos (BRUM et al., 2004).

Para que se obtenha uma redução significativa do percentual de gordura a atividade física deve ser realizada com uma intensidade moderada e contínua. De acordo com Sharkey (1998, p. 76) “o músculo treinado é mais adaptado a usar a gordura como fonte de energia, portanto, conservando suprimentos limitados de carboidrato (glicogênio) no músculo e no fígado”.

No entanto, também é viável pensar que a perda de gordura está relacionada com a quantidade de calorias gasta durante a atividade, prevendo-se que um trabalho de força, quando combinado com exercícios aeróbios tendem a ocasionar um maior benefício à musculatura esquelética utilizada, maximizando assim a redução da gordura corporal.

Fabio A. Geronasso.
Cref: 013630-G/Pr.


REFERÊNCIAS

BRUM, P. C., FORJAZ, C. L. DE M., TINUCCI, T. e NEGRÃO, C. E. Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo - Vol 18, p 21-31, Ago. 2004.

CIOLAC, E. G. e GUIMARÃES, G. V. Exercício físico e síndrome metabólica. Revista Brasileira de Medicina e Esporte - Vol. 10, Nº 04 - Jul/Ago. 2004.

GHORAYEB, N. e BARROS T. O exercício: Preparação Fisiológica, Avaliação Médica, Aspectos Especiais e Preventivos. 1ª ed., São Paulo, Ed. Atheneu, 1999.

HAUSER,C; BENETTI,M; REBELO,F,P,V. Estratégias para o emagrecimento. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano – Vol. 6, Nº 1, P. 72 -81 – 2004.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Obesidade atinge mais de 40% da população brasileira. Disponível em . 24/12/04 . Data de acesso 23 de Outubro de 2007.

POWERS, S. K. e HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e desempenho. 1a. ed, Barueri, Ed Manole, 2000.

ROBERGS, R. A. e ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício: para aptidão, desempenho e saúde. 1ª ed., São Paulo, Ed Phorte, 2002.